terça-feira, 24 de novembro de 2009

Um conto de amor com cheiro de Néctar da Flor (Blogagem coletiva)


Como podem ver, a postagem de hoje está participando da Blogagem coletiva promovida pelo blog Néctar da Flor (você pode conferir os outros blogs participantes nesse link). Por favor, degustem sem qualquer moderação. Cheiros grandes.
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É só você vir me abraçar que logo embriago-me. Teus braços me enlaçam com uma facilidade desconcertante; me acolhem com certa ternura e quando vejo, já estou envolta à uma espécie de escudo protetor. Mesmo você não sendo um superherói.
Seu riso escrachado e alto, me arranca risadas gratuitas. É tão gostoso vê-lo rindo com naturalidade, que meu riso escapa e faz compainha ao seu. Gosto também dos seus sorrisos mais tímidos, meio que escondidos, encabulados; estes sempre lhe coram as bochechas e o denunciam. Você bem que tenta disfarçar: odeia quando fica vulnerável; mas, de vez em quando, se faz de desprotegido só para roubar minha atenção.
Acho graça quando tenta me explicar algo que eu não entendo e irrita-se quando eu, propositalmente, finjo não escutar ou quando digo que você não sabe explicar nada. Eu sei que é um pouco leviano da minha parte, mas acho uma graça suas sobrancelhas unidas, seu "bico" e sua testa franzida.

Seus gestos são leves, delicados. Sua boca tem um formato único e não me canso de contorná-la com as pontas dos dedos. Você brinca dizendo que um dia saberei desenhá-la de cor; e realmente:um dia saberei. Sempre me surpreendo com o fato de você me conhecer tão bem que, ao menor incômodo, um suspiro longo, sabe me diagnosticar com tamanha precisão que nem eu mesma sei se seria capaz de fazer.
Seu cheiro é inconfundível. É por vezes doce, por vezes cítrico; às vezes é parecido com chocolate, por vezes me lembra baunilha. Há dias que é amadeirado e confesso que esse é o meu favorito. Mas mesmo oscilando, reconheço-o longe; é que já está gravado em minhas narinas.
Por fim seus olhos. Os olhos de uma pessoa me atraem feito ímãs. Os seus então...são duas bolas castanhas, nítidas; contêm um segredo e é isso que mais me instiga. Mas, apesar de todo esse enigma e mesmo que você negue, consigo lê-los. São curiosos, inquietos e para espanto meu, também conseguem ler o que tem escrito nos meus, que se escondem atrás dos óculos. Você consegue decifrá-los.

Enfrentamos dias não tão coloridos também. Brigamos, irritamo-nos fácil um com outro, não medimos as palavras, não deixamos recados; fazemos silêncio. Não se pode ter dias de sol o ano inteiro, mas nem por isso o restante dos dias precisam ser entediantes e difíceis. Dias assim são os melhores para se fazer as pazes junto com uma boa xícara de chocolate quente; você sabe. Nesses dias, você consegue ser irresistivelmente mais sensual, inebriante.
Às vezes pergunto-me se não estou sendo louca, vendo coisas que não existem. Pergunto-me se não estou sendo boba, ou clichê, ou sentimental demais. Se não estou criando uma ilusão apenas na tentativa de esquentar, sossegar esse coração inconstante que tenho. Mas quando você me toma em seus braços, me beija e me sussurra confidências, qualquer dúvida se dissolve. Ao mesmo tempo vem o desejo incontrolável de passar meus dias, de sol ou não, ao seu lado. Porque você é tão falho quanto eu, e assim como eu, você também pode errar.
Mas essa vontade, essa vontade de querer tentar acertar o máximo possível...essa meu bem, é o que eu chamo de AMOR.

sábado, 14 de novembro de 2009

Uma noite quente, cigarros e os vultos das minhas tristes putas




Imóvel, acompanhava só com os olhos o fado do ventilador girar de um lado para o outro, sem sequer ficar tonto. Meu corpo ainda suava freneticamente e, entre uma tragada e outra, tentava recuperar o fôlego que havia escapado dos meus pulmões. As pernas ainda estavam bambas. Havia me saciado como um animal faminto: sem piedade, calculista e com instintos à flora. Elas, como boas servidoras, saciaram toda a minha vontade por luxúria. Sim, elas, no plural. Minhas amantes, mulheres libidinosas, meus pecados; minhas putas. Cada uma com seu jeito de me enlaçar, domar e prender em seus convidativos pares de coxas.
A mulata tinha olhos de avelã: tão deliciosos quanto a mesma. Nem muito alta, nem muito baixa; tinha ganhado as medidas certas para enlouquecer um conquistador inveterado. Soava como o samba, a bossa, o chorinho; passava pela salsa e suas rodopiadas. Cheirava a mar, morangos e cigarros. Hollywood, na tentativa de uma dia virar estrela conhecida. Por enquanto, só brilhava em alguns lençóis por aí, nem sempre tão brancos. Seu nome de certidão: Lucrécia, mas era conhecida como Lulu Night (em inglês só para dar a sensação de que era artista), pelos frequentadores de seus territórios. Inclusive, eu.
A outra era um tanto pálida. Tinha sinais espalhados por todo o corpo, fazendo o olhar se perder em algum cruzamento. Cabelos curtos, boca carnuda, alta, com mãos ágeis e habilidosas. Essa soava como o jazz, o rock, o pop; às vezes como o blues. Exalava cheiro de incenso, baunilha e cigarros. Não me lembro a marca; é estrangeira, tem nome complicado e é tudo que sei. Tinha bom gosto, era refinada. Fora criada em uma família de posses, mas logo se perdeu, possuída pelos mais diversos tipos. Não aspirava algo em especial como a mulata, mas sempre suspirava pelos cantos. Seu nome, Eduarda. Mas era por Grampola que respondia.
E eu as tinha agora. As duas, levadas ao mundo dos sonhos por Morfeu. Expeliam prazer pelos poros da pele, distribuíam carícias com as mãos, irrigavam-me com as línguas. Mas estavam vazias. Estavam vazias e tristes e eram seus olhos que as denunciavam. Acendi outro cigarro na tentativa de distrair-me daquelas janelas sorumbáticas. Mas em vão. Eu já estava preso, envolvido, tocado. Só me restava olhar mais fundo, explorar. E quando pensei que houvesse me perdido em algum labirinto, foi que achei o tumor, a causa de tanta melancolia: os olhos estavam implorando, em pró delas, para serem amadas, cativadas, aconchegadas. Queriam ser putas de um só homem. Queriam um homem só para serem putas.
Comovido, confuso e tentado ao convite de tê-las para mim, acendi mais um cigarro na esperança de entreter-me com a fumaça. Maldita hora que fui me meter a besta de ler os desejos dos olhos de uma puta. Ainda por cima, de duas.
Ah! vamos lá homem...Não deve ser tão ruim assim tentar juntar corações desabrigados. Ou é?
Equanto não descubro, acendo um cigarro.





P.S.: Gente finalmente achei o tal do tempo e um texto! Obrigada a todos pelos recados de incentivo. Um cheiro apertado em cada um: nos que já são de casa e os que estão chegando. Bom final de semana.
P.S.2: Quando disse que seria breve, nem mesmo eu tinha noção que realmente fosse tão rápido. Coisas do tempo zombador, vai saber...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Apenas uma explicação breve...

Olá, tem alguém aí? ?Ah, sim...
Bem, como vocês perceberam meus caros, ando sumida da blogsfera.
Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, e tenho deixado o mesmo escapulir entre os dedos.
Assim que conseguir respirar, ajeito tudo aqui. Mas não se preocupem: será em breve; em breve.
Já tenho alguns textos fresquinhos prontos para serem devorados por vocês.
Aguardem mais uns dias.

Um cheiro a todos!
Naila de Souza

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Os olhos aquário

(efeito que minha máquina se imcubiu de fazer sozinha.)


O olhar límpido, sua retina brilhante... Sempre me dá a sensação de que estou ali nadando, desbravando, e mergulhando ora mais raso, ora mais fundo.

Ah!, esses olhos aquário...Um dia ainda me sugam, me puxam, me levam.
Enquanto isso, me faço rede, me faço peixe, me faço imagem.