quarta-feira, 15 de julho de 2009

Colo




Com um falar baixinho, vascilante e tímido, ele deixa escapar pra ela uma confissão abafada em forma de pedido:

- Mesmo que a lucidez e a razão dos meus dias obstruam as sensações incertas dos meus sentidos, quero que sejas suficientemente insana pra roubar de mim tal sensatez, tal segurança.
É preciso que eu crie imagens suas que talvez outros olhos nunca possam enxergar da mesma maneira; sentir cheiros que tragam afáveis lembranças; experimentar gostos tão particularmente seus, quanto os pensamentos que por aqui dentro passam enquanto os saboreio. É preciso que eu lhe apalpe, aperte, toque e acaricie para que meu tato grave as texturas de sua pele.
Pois seria eu indolente se tentasse racionalizar o coração enquanto ele está a morrer de amores.

Depois de ouví-lo, ela enlargueceu o sorriso, o olhou e o aconchegou em seu colo por mais uma vez.

5 Por aqui, um pouco mais de "etc.":

Airlon disse...

as vezes (e quase sempre), bom mesmo é fazer as coisas sem lucidez alguma. O óbvio me incomoda bastante... bjo meu, saudações musicais!

APS

Luna Sanchez disse...

(Suspiro)

Toda a graça da vida está nisso : estar com alguém por desejo legítimo, misturar-se ao outro, sem esquecer que cada um é um.

Quanto maior a vontade e menor a necessidade, mais lindo é, mais eu gosto.

Texto inebriante, Nana. Merece um brinde! ;)

Dois beijos,

ℓυηα

Caroli disse...

É preciso que eu a tenha sempre aqui, nesse colo, sempre minha..


Adorei, Nana! parabéns como sempre! ;D

Vanny Araújo disse...

Eu adoro esses seus textos curtinhos!
Me vi agora, senti o cheiro do meu amado e formei a imagem dele na minha retina. Daria um braço pra deitar naquele colo...

Dois cigarros e um café. disse...

Cara, estar apaixonada é bom que só a porra, ruim é quando os dentes quebram, but... rs


Beijundas ^^