quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Nossa! Último dia do ano. Não foi ontem mesmo que estávamos comemorando a chegada de 2008? Como eu repeti o ano todo: os dias voaram na velocidade da luz. Até poucos dias era Carnaval, agora é Reveillon! Os dias estão com pressa.
Engraçado como hoje todos se tornam mais amáveis, solidários. As pessoas desejam sucesso, mesmo que durante o ano elas tenham tentando puxar o tapete uma das outras. Desejam paz, mas pouco se importam com os conflitos que estão se intensificando no Oriente Médio. Mas deixa isso pra lá; isso acontece desde que mundo é mundo.

Esse ano para mim foi bem, digamos...AGITADO. Não era bem essa palavra que eu queria, mas vamos deixá-la aí mesmo; está bom. No começo dele estava sem perspectiva nenhuma. Tinha muitos sonhos, poucos recursos para realizá-los; muito a aprender. Frustrações. Tentativas. estudos. Então veio o emprego. Não foi finalmente minha independência financeira, mas há de convir que foi um grande passo na minha vida. Afinal 18 anos, ensino médio concluído, boa fluência verbal e o meu conhecimento tinha que me render algo. Estou satisfeita (por enquanto, só por enquanto) com meu emprego e meu dinheiro de todo mês. É minha conquista!

Família. Humm, esse ano foi difícil. Aqui em casa estamos parecendo a história bíblica da "Torre de Babel". Conhecem? Pessoas que falavam a mesma língua começam agora a falar linguas diferentes, numa confusão infernal. Pronto! A mesma coisa. Brigas, choros, revoltas, amor, carinho, risadas, brincadeiras. Acho que no fim, se formos pôr tudo na balança foi mais um ano normal. Afinal nem mesmo nas melhores famílias há a compreensão sempre, a paciência eterna. Creio que o que aainda não está no seu devido lugar, vai se ajeitar com o tempo. Eu e meu genitor já fizemos 3 meses sem nos falar. Ele não tem noção de QUANTO EU O AMO e talvez falte iniciativa de minha parte para mostrá-lo isso, ou paciência...Não sei; só sei que estamos por uma fase complicada...
Amigos. Mantive os meus alicerces e edifiquei novos. Minha pequena Náh, a maluca da Paulinha. Novos amigos, como o Moço dos Acordes, a menina borboleta e outros que conquistaram meu afeto. Não sei o que seria do homem sem a amizade. É algo que o preenche, que o valoriza, que mostra o quanto nossas vidas podem ser divertidas, COLORIDAS!

Amores. Decepções e frustrações. Um relacionamento complicado que me deixou desestruturada. Tinha me decidido a simplesmente curtir todos que eu pudesse (não, não chega a ser galinhagem, rsrs), sem me atrelar a nenhuma paixão, sem me apegar a nenhum afago. Mas quem disse que essas coisas a gente decide? É como as palavras dos poetas, resumindo, a paixão é avassaladora; quando chega é invadindo, conquistando e se apossando do querer. E foi o que aconteceu. Foi inesperado, de surpresa. Há um tempo atrás o coração já tinha se descompassado por ELE, mas nunca lhe foi revelado. Mas esse ano o que eu tinha escondido, soterrado ou esquecido (quem sabe?) voltou à tona. E voltou com tudo.
Estou aproveitando cada momento, cada segundo. Não sei o que vai dar e já abrir mão de querer saber o rumo. Quero sentir, apenas sentir.
O afago.
O beijo.
As mãos...
ELE.



Não quero saber se durará ou se desmanchará brevemente. Não quero mais saber. Não quero perder tempo me aflingindo ou esquentando a cabeça. Quero explorar todos os momentos: desde um sorriso a uma noite maravilhosa. Quero prazer, compainha, suor, peles, rostos, olhos...QUERO SER INTENSA!

Pronto! É esse o meu pedido pra 2009: QUERO SER INTENSA. 8 ou 80. Quero: chuva, sol, calor, frio, amargo, doce, amores, decepções, frustrações, conquistas, risos, choros, abraços, beijos, conversas, coisas diferentes, coisas iguais, coisas novas, coisas velhas, pessoas que se vão, pessoas que chegam, batata-frita. Cinema, teatro, andar descalça, dançar na chuva, cantar em frente ao espelho, cantar embaixo do chuveiro, cantar mesmo sem saber a letra, ouvir música alta, falar baixinho no ouvido, silêncio. Cafuné. Ir pra festas badaladas, ir pra festas improvisadas, praia, viajar de carro, gostar de alguém, me apaixonar por alguém, brigar pra fazer as pazes. Quebrar barreiras. Tentar algo novo. Quebrar tabus, seguir regras, fazer regras, ter certeza, ter dúvidas, tentar ser diferente mesmo que acabe sendo IGUAL. Ler tudo, não ler nada, preto e branco, COLORIDO. Ir a lugares calmos, ir a lugares agitados, sair a dois, sair com a galera, sair só, não ir a lugar algum. Quero mudar uma porção de coisas; a outra porção quero fazer exatamente IGUAL.


QUERO SER O TUDO E O NADA!

E o mesmo desejo a você!
Que venha 2009 e seus 365 dias. Eu cresci; estou pronta para o que vier!
Prazer 2009, sou Naila de Souza.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Presente de Natal



O presente de Natal que eu quero te dar
não pode ser comprado:
Não tem nas lojas, nos mercados,
nas feirinhas, nos balcões...
Não é feito de plástico, não é eletrônico,
nem precisa de manual.

O presente de natal que eu quero te dar
está dentro do teu próprio coração.

Basta que você o desperte para a vida:
É o amor pela liberdade absoluta.

É a admiração extrema pela Arte de Viver.

A defesa inabalável da idéia de justiça,
de verdade e de prazer.

A coragem deliciosa de sonhar transformações.

A busca cotidiana por tudo que é sublime,
e o doce desejo de sugar o açúcar de todas as coisas.


(Edson Marques "Solidão a Mil" - página 160.)

domingo, 14 de dezembro de 2008

"(..)Sempre foi com um pé no chão
E por proteger de verdade meu coração
Eu me perdi nesses sons."







Contando os dias...Enquanto conto, PULSO!
Aaah! Aquele par de olhos...Como eles conseguem traduzir os meus em questão de segundos. Segundos...

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

D a n i e L diz:
Você tbm não é sincera...



NaiLa ... Na fossa diz:
eu não sou sincera?



: D a n i e L diz:
Não, não mostra tudo que sente...



: D a n i e L diz:
Você só vai saber das coisas quando abri o jogo...



: D a n i e L diz:
Pq não vão cair respostas do céu.








No fundo, ela sabe que o Moço dos Acordes tem razão. Não estava sendo sincera até ali com ele [o menino do par de olhos], nem com ela mesmo. Está faltando algo a mais e ela sabe o que é; mas pelo medo está evitando esse momento.



Precisa tomar coragem...precisa dizer a ele tudo que a está fazendo implodir. Agora é questão de "sobrevivência". Precisa voltar a decifrá-lo. E deixar que ele também a decifre; além do que já consegue.











"E as palavras dela se tornaram enigmas..."
(Naila de Souza)

sábado, 6 de dezembro de 2008







"Você guarda em seus olhos um labirinto, dona moça."



(Foi o que ela ouviu em um susurro do menino do par de olhos que consegue lê-la...)





quarta-feira, 3 de dezembro de 2008



Meus olhos te viram triste
Olhando pro infinito
Tentando ouvir o som do próprio grito
E o louco que ainda me resta
Só quis te levar pra festa
Você me amou de um jeito tão aflito
Que eu queria poder te dizer sem palavras
Eu queria poder te cantar sem canções
Eu queria viver morrendo em sua teia
Seu sangue correndo em minha veia
Seu cheiro morando em meus pulmões
Cada dia que passo sem sua presença
Sou um presidiário cumprindo sentença
Sou um velho diário perdido na areia
Esperando que você me leia
Sou hangar vazio esperando aviões
Sou o lamento no canto da sereia
Esperando o naufrágio das embarcações.
(Vander Lee - Esperando aviões)
Hoje não estou muito bem com as palavras. Eslas estão prontinhas para serem despejadas; borbulhantes, alvoroçadas. A tela em branco convida-as a se espalharem por aqui, mas nada. Talvez hoje, a intimidade com elas esteja um pouquinho abalada...


terça-feira, 2 de dezembro de 2008












"Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação."



(Clarice Lispector)









domingo, 30 de novembro de 2008


" (...) me perguntou no que eu estava pensando

A direção dos meus olhos sempre te ameaça."










Hoje, estou apenas pulsando...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Na verdade não sei que rumo o post de hoje vai tomar. As idéias aqui nessa cabecinha estão borbulhantes e embaralhadas. E como estão embaralhadas =/ . Vou despejá-las aqui...(refúgio =])

Dias quentes, curtos e a mesma rotina. Acordar às 5:10 am. Chegar no trabalho às 06:00. Atender a todos os clientes com um sorriso estampado e mecanizado; até mesmo nos dias em que a única vontade que eu tenho é de gritar.
Insegura. Sentindo que as coisas estão tomando porporções um pouco maiores do que eu esperava. Na verdade, estão me surpreendendo. Não pensei de ir tão longe.

Confesso que isso tudo é um pouco novo pra mim. Todo esse querer e desejar é uma descoberta dia após dia.
Sempre evitei me permitir por achar que assim eu ia expor a verdadeira Naila: uma menina sonhadora e um pouco frágil. Um pouco? Melhor deixar pra lá...

Com saudades. Eu e meu genitor ainda não conseguimos chegar a um consenso. está sendo difícil conviver sobre o mesmo teto como dois estranhos: sem nem um "bom dia", "como vai" ou qualquer palavra monossilábiaca que represente uma conversa. NADA. =/
Saudades também DELE. Sim, sem medo de admitir, de arriscar, de pular de cabeça no desconhecido. Não que eu seja a coragem em pessoa, mas a minha impulsividade e a minha curiosidade de ver no que dá, me dá o tal do "empurrãozinho". Agora, falta ELE arriscar ou não...




Enfim...Tudo está como está.







[P.S.: DanieL...O que vc me falou ainda está martelando aqui....]


segunda-feira, 24 de novembro de 2008

"Um moço. Um moço de óculos. Um moço de óculos e de olhos vivos. Um moço de óculos, olhos vivos e sorriso largo. Mas não qualquer moço. Ele é o Moço dos Acordes."









"Precisou apenas de um sábado. Ele estava sentado no sofá quando ela chegou; estava acompanhado (e bem acompanhado ^^); conversando. Apresentações formais: "Oi, prazer!". Mas depois de algum tempo, a timidez deu lugar a risos e conversas espontâneas. Em pouco tempo a sensação de bem-estar a acometeu de tal maneira, que ela percebeu imediatamente que aquele não era um mero rapaz. "Especial", foi o adjetivo que ela o atribuiu de imediato.


Já tinha escutado sobre o moço antes. O "pedacinho de mim" (como ela chama o tesouro dela) já havia lhe falado de como ele era terno, carinhoso e agradável. Mas ainda não tinha tido nenhum contato com ele.

Mas naquele dia pode realmente ver que era tudo aquilo e mais uma caneca cheia. Observador, cativante, crítico...ENIGMÁTICO! Sim, como ela. Enigmáticos. Mas prestou mais atenção nos olhos vivos do moço. Então ela se encantou: ela lia as notas! Ela lia todas as notas do olhar dele!


Então veio as conversas. Primeiro orkut; msn logo depois. Durante a semana, perguntaram, disseram, riram uns para os outros. Ela descobriu o blog dele. Então teve certeza que ele era o MOÇO dos ACORDES. As entrelinhas do seu pensar estavam ali. A intensidade delas era notável e legível aos olhos dela.


Então chegou o próximo fim de semana. Ele não tinha certeza se ia; ela insistiu pra que fosse. então quando estava no MAM, ela foi supreendida: o rapaz dos olhos vivos estava lá com aquele brilhante sorriso. Abraço apertado; meio desconcertado. De lá ganharam a noite. Amigos, sorrisos, pulos, arrochadas (prefiro não comentar, rsrs), notas! E parecia que se conheciam há séculos...SINTONIA!


No dia seguinte, a calmaria de um pôr-do-sol no Humaitá com os amigos. Ela estava feliz revigorada. Fez descobertas sobre "aquele par de olhos" que tanto a fazia bem. Foi quando viu o MOÇO dos ACORDES.

E mais uma vez a compainha dele a fez bem!"




Daniel...As palavras que você lê aqui são intensamente sinceras e espontâneas. Nada programado. Tudo foi escrito com emoção, com notas e acordes! Você diz que sei de coisas, mas ainda há tanto para eu saber... =]

Costumo ser fechada e simplória com pessoas recém-conhecidas, mas com tu foi diferente =].

Você cativou meu carisma, minha atenção...você leu os meus olhos. E são poucos que conseguem decifrá-los, perceber o que eles mostram atrás dessa armação dos óculos.

Que daqui pra frente isso se multiplique. E que, se algum dia, algum de nós desafinar, que um tenha paciência com outro de achar a nota certa!


Beijos, cheiros e abraços apertados!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008




"[...] e devemos nos contentar com o suficiente.". Foi o que eu ouvi. "Suficiente, suficiente...". A palavra ficou reverberando na cabeça. Corri com uma curiosidade colossal até o dicionário. "O que é o suficiente?", me perguntava.

Então encontrei no Larousse:
"Suficiente: 1. Que satisfaz. 2. Tanto quanto necessário; bastante. 3.Considerável."



Que me satisfaz, o bastante...Mas enfim, como saber se estamos vivendo o suficiente. Os valores que agregamos ao nosso caráter, as pessoas que escolhemos para nossa convivência...Como podemos ter certeza que aquilo é "o bastante" para nos sentirmos completos; sentirmos o real significado das nossas passadas nesse caminho imprevisível?

Nessas horas aconselho-te que sinta a música.

Nunca achamos que já temos o suficiente para ser feliz, mas ouça a sua intuição. Permita-se dar espaço pra que seu coração te guie e te mostre o que você precisa, para aonde redirecionar seus passos, a quem você vai dedicar o seu "agora".


Dance conforme a música...viva seguindo a melodia do ar.

Divirta-se com seus amigos; fale às pessoas que você ama que VOCÊ AS AMA! Por mais que elas saibam, é necessário ouvir isso de você. Dê mais atenção as pequenas coisas cotidianas: um pôr-do-sol, uma flor brotando perto de uma avenida movimentada. Dê uma chance a você mesmo de realizar aqueles projetos esquecidos ou ditados como loucos. Dê uma chance ao seu lado impulsivo; perder a razão às vezes é excelente para a saúde: a saúde emocional! Enfim...PERMITA-SE!


Pronto! Encontrei o tal do suficiente. E você?

domingo, 16 de novembro de 2008





Vazia. Ultimamente tem sido assim. Sentindo que falta algo, um pedacinho de alguém. Alguma meia velha para fazer par com a minha surrada e de bolinhas (clichê, hien?!). Enfim...

Uma sensação estranha. Sempre critiquei pessoas que tinham a necessidade de ter alguém ao lado; pessoas que não ficam sozinhas; que criam uma dependência que as condicionam sempre a estar com alguém. Não chego a esse ponto mas, confesso que estou desejando alguém ao meu lado. Não que meus amigos não supram ou não me completem...mas, preciso da minha "outra metade da laranja" (clichês rolando em alta hoje ¬¬, rs).
Que me faça surpresas; que seja previsível. Que pergunte como estou mesmo tendo me visto mais cedo. Que goste das mesmas canções; que me ensine novas canções. Que consiga sentir o aroma das flores. Que decifre a beleza de um pôr-do-sol tocando o infinito do horizonte...Que seja meu cúmplice; meu devaneio; minha razão. (É ¬¬, talvez eu seja um romântica descontrolada...rsrs).

"Eu não quero um cara perfeito;eu não sou perfeita. Eu quero alguém que me leia, que faça-me rir, que faça-me irritar, que faça-me amá-lo e odiá-lo. Quero alguém que apenas seja sincero...não quero/preciso de atenção extrema porque também sou desligada. Eu preciso de alguém EXATAMENTE COMO VOCÊ. Por que esse medo? Se eu escolhi você, por que esse medo?"

Um dia quem sabe direi isso pra alguém. Nem que seja momentâneo, como essa sensação...

terça-feira, 11 de novembro de 2008










"Na minha opinião existem dois tipos de viajantes: os que viajam para fugir e os que viajam para buscar."
(Érico Veríssimo)

Eu sou a viajante que busca: busca pra se perder; perde pra se encontrar. Busca o invisível aos olhos. Sou a que busca a LIBERDADE.










sexta-feira, 7 de novembro de 2008

"Têm loucos que se olham no espelho e se acham normais."

(Corações animais - Zé Ramalho)















Dia muito quente e pouco empolgante. Parece que em dias de muito calor, as idéias fervem aqui dentro.
Expectativa de um bom final de semana; preciso de um pit stop dessa rotina louca. Essa semana também percebi que o tempo me deu uma nova chance de mostrar a ela que eu mudei, que me arrependi de ter errado tanto com ela: Tamires Sapucaia, minha psicóloga, rsrs.
Estou adorando resdoscobrir a nossa amizade, e mais aliviada por perceber que você não mudou nada! ^^
Ah! Hoje mais uma vez sorri naturalmente, com gosto, com motivo.
Afinal eles sempre me dão motivo. =]








terça-feira, 4 de novembro de 2008

Estava pensativa. Sua vida estava tomando um rumo totalmente diferente do que ela tinha planejado. Sentia-se viva, mas ao mesmo tempo impotente. O tempo para ela não passava; corria. Tanto a se fazer e tão pouco tempo.

Mas estava bem. O fim de semana tinha sido bem proveitoso para ela. Reveu seus amigos, falou besteiras. Nada de sorrisos mecânicos; sorrisos sinceros, gargalhadas. Estava revigorada.
Viu aqueles olhos; aquele par de olhos tão especial. Eles a liam intensamente, a desvendava a cada segundo. Era inevitável. Era tão bom.

Mas não só isso. Ela também conseguia lê-los. E os lia tão bem!



Finalmente: achou alguém que fala a sua língua marciana.




[Saudades de postar...a correria do dia-a-dia está tão intensa, que não tenho tido tempo de snetar e postar...Mas estou de volta =] ]

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Mais uma vez o dia chega
Em minha vida
Como uma chama na selva
O sol na cama da relva
A tua boca e a lua
A minha boca e a tua
Vão deixando pela rua
Palavras e silêncios
Que jamais se encontrarão


(Palavras e silêncio - Zeca Baleiro)














sexta-feira, 10 de outubro de 2008

"Saudade é saber que toda espera pode compensar o cansaço..."


Hoje me vi repleta de saudades. Saudades de pessoas, de coisas, de momentos....Nostalgia infinita!
Saudades da minha infância. De como tudo era mais fácil de se ver. Não quero voltar atrás; percorri um longo e demorado caminho até aqui. Mas bateu saudades.




A correria da minha rotina me tem roubado tempo demais. Os dias parecem ter menos de 24 horas. Os dias estão escorrendo...O ano daqui a pouco acaba.
Cansada! De um leque de coisas...Mas estou tão cansada que prefiro não entrar nesse assunto...

Tentei organizar os últimos acontecimentos no ônibus (voltando do trabalho) para casa. Quase deu um nó e não entendi bulhufas do que está se passando.

Mas hoje a volta para casa foi diferente. Tinha o mesmo cenário: ônibus cheio, meninos e meninas gritando, uma mulher reclamando da vida, um homem berrando ao celular com "sabe-se-lá-quem". Tudo aparentemente cotidiano. Foi então que ela subiu.
Aparentava ter seus 28 anos, mas o pesar dos problemas em seus ombros e a preocupação em forma de rugas aparentava-lhe muito mais idade.Tinha um olhar triste, fundo. Estava carregando essas bolsas que toda mãe carrega quando tem uma criança recém-nascida. Mas não havia nenhuma criança.

Uma moça que estava sentada ao meu lado futucou uma outra moça que estava sentada à nossa frente.

- "Tá vendo essa aí? Tadinha é maluca!"
- "É?! Como é que você sabe?"
- "Ela mora lá na minha rua. Tá vendo essa sacola? Era do filho dela. Um bebê lindo! Morreu há três anos. Mas toda vez que ela sai leva essa sacola velha."
- "Ave maria! Que horror! E o marido?"
- "Largou, minha filha. Também! Quem é que suporta isso aí? Nem deve tomar banho, comer..."



Mudei de lugar. Sentei perto daquela mulher infeliz. Seus olhos estavam prontos a transbordar. Ela apertava a bolsa contra o peito, como se abraçasse alguém querido que há muito tempo não via. Aquela cena me emocionou. Queria dizer a ela que imaginava o sofrimento, mas que ela tinha que tocar sua vida pra frente; queria dizer que precisamos aprender a aceitar a morte; queria dizer tanta coisa...

Mas quem me disse foi ela. Em uma espécie de desabafo. Creio que ela já não suportava mais aqueles olhares curiosos que já deviam ter se tornado rotineiros para ela. Olhou para mim e me perguntou :

- "Você não vai me perguntar também onde está meu filho?"
- "Eu..."
- "Ele morreu." [ e olhou para a janela]


Depois de segundos calada, virou-se para mim novamente e falou:

- "Não quer saber então por que ando com essa bolsa?"
- " Se não for doloroso pra você" [consegui dizer baixinho...a garganta já estava apertada, os olhos começaram a encher...mas minha curiosidade me impulsionou].
- "Eu carrego essa bolsa pra onde vou porque sinto o cheirinho dele; sinto o corpinho frágil dele...sinto o meu filho."



Mais uma vez silêncio. O meu ponto já estava se aproximando. Não sei por quê e como disse a ela as seguintes palavras:


- " Você não é louca. Você é uma pessoa especial. Você tem amor! Toca sua vida pra frente! Você é forte; você consegue!"


Ela olhou pra mim, com os olhos cheios de lágrimas e pela primeira vez desde que a vi entrar no ônibus, vi um sorriso tímido espantar aquela tensão que tinha no seu semblante.


- "Você é uma pessoa diferente. Deve ser uma filha maravilhosa! Obrigada!"

Soltei do ônibus e fiquei acompanhando até virar na próxima rua. Provavelmente nunca mais a veria....



Cheguei em casa, me tranquei no quarto e chorei. Sempre fui meio incrédula em acasos e coincidências, mas diante do que me aconteceu, hoje digo que ACREDITO.

'Filha maravilhosa'..não é bem isso que tenho escutado ultimamente. O pouco que tenho escutado. Estamos falando línguas diferentes e falta paciência para tentar decifrarmos um ao outro. Mas o amo!! Com todo jeito turrão e perfeccionista, com seus defeitos e sua recusa a aceitar críticas....o A-M-O! Afinal, ele é muito mais que meu genitor....é meu amigo, meu herói, meu orgulho.




Pena que não consigo dizer claramente isso a ele. Pena que ele não consegue ler claramente isso em mim!






"Eu não sou tão triste assim, é que hoje eu estou cansada"







segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A música parou. O silêncio nunca foi tão enlouquecedor.
Ela estava confusa, angustiada...desorientada.
Estava cansada...não sabia mais o que tentar para que conseguissem decifrar a sua língua.
Foi quando percebeu:



Estava no limite...estava sangrando novamente.

domingo, 5 de outubro de 2008

E foi naquele exato momento que percebi que não sou uma muralha!


Naquele exato momento quase desabei...Um bilhão de pensamentos passaram na velocidade da luz!
"Nenhum homem é uma ilha...nenhum homem é uma ilha", eu berrava pra mim mesma em silêncio.

Eu tinha que perceber isso.
Foi então que encontrei aquele par de olhos que me acolheram...Como eles eram ternos!
Eles leram os meus olhos durante o tempo que os encarei. Leu as entrelinhas, as minúcias que a ninguém permiti olhar.

E foi então que me desarmei. Toda aquela pesada armadura que envolvia o campo dos meus sentimentos caiu por terra. Eu estava me permitindo!

Eu estava respirando melhor.





"Porque há o direito ao grito. Então eu grito."

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Hoje eu resolvi ficar quietinha...
Apenas observando como a mediocridade e a futilidade viraram valores fundamentais para os homens.

Apenas observando os olhares sem brilho, com um fundo profundo...



quinta-feira, 2 de outubro de 2008

A única coisa que lhe peço é que você me OUÇA!
Não precisa falar nada...apenas me OUÇA.
Tente enteder a minha língua marciana.


Eu ainda estou sangrando...








"E se me achar esquisita,respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar."

terça-feira, 30 de setembro de 2008

"De repente comecei a entender que todos os dias são assim (...)"

Por que nos desgastamos tanto em nossos relacionamentos? Sejam eles familiares, amoros, profissionais..??

Há sempre o momento de desencontro: em que nenhum dos dois ou mais envolvidos não conseguem mais falar a mesma língua. Ultimamente creio que eu estou falando grego!
Sempre exigimos dedicação, atenção, paciência, compreensão; exigimos entrega,renúncia. Somos mesquinhos em certos momentos. Mas no momento em que somos cobrados também, nos sentimos atônitos, ofendidos, despreparados, inseguros.

Egoísmo/egocentrismo. Quem nunca foi egoísta uma vez sequer que atire a primeira pedra!

Mas o pior é o despreparo. Despreparo para encarar a situação, para enxergar mudança, enxergar uma solução. Enxergar o sol através das nuvens nubladas.
E quando o diálogo não tem efeito? E quando as tentativas de "uma trégua" falham? O que fazer?

O que fazer quando, nos momentos de raiva, as palavras são cravadas no intímo?

Por mais que sejam proferidas em um calor de uma discussão, ditadas pela falta de equilíbrio, elas ferem e sangram...Algumas não cicatrizam.
É nesse exato momento que nosso poder de perdoar é testado, provado, medido. É nesse exato momento que revelamos "de quê" é feito o nosso interior.


Estou sendo provada. e digo-lhes: NÃO é nada fácil. Ainda mais quando você se indispõem com uma pessoa que você tem um amor imensurável. A dor ainda é maior; ouvir palavras que humilham, corroem, faz o seu coração ficar em "carne viva"...








Estou tentando estancar as minhas chagas. Mas elas teimam; elas não querem cicatrizar...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Lembram dos retromutantes, dos protomutantes
Dos biomutantes cantados em momentos atras
Os quais ainda são a linha esperada
A conduta marcada por atitudes de originalidade e paz
Mas desta vez vou falar de homens
Que por caminhos diferentes daqueles
Procuram também seus objetivos naturais
Também não se estabeleceram, não aceitaram
Não se encaixaram em perversas etiquetas sociais
Todos anormais, todos desqualificados, castrados
Desajustados, considerados um problema
Eles tem uma sensibilidade aflorada
Que os tolos não podem aceitar
Porque estão todos fora do esquema

Agora, onde sou? quem estou?
Pra quem só passa pela vida
Isto pode até parecer brincadeira, mas não,
Como eles eu volto ao monte, volto à caverna
Sinto o bicho que sou se contorcendo em minha veia,
Volto ao tudo para achar a resposta mais sensata...
A carne dos deuses em minha cara

Simplesmente... a carne dos deuses em minha cara
Eu volto ao monte... a carne dos deuses em minha cara

E assim eles me mostraram
Passe dos limites de sua casa, de sua turma
Se comunique sem nenhum tipo de rótulo
Supere seus limites
Não se conforme com a informação
Busque, atreva
Ultrapasse os muros impostos
Atravesse a linha do seu horizonte
Eleve seu espirito como um flash
Sem destino em todas as direções
Supere seus limites de respiração, de força, de bicho
Como um macaco nu que luta incondicionalmente pela vida
Então sinta mais
Abrace cada sentimento seja ele qual for
Como se abraça a quem se ama
E quando precisar chore
Onde estiver chore e um dia dance
Um dia dance do jeito que vc quiser
Sem dúvida as pessoas que dançam com verdade
São pessoas muito mais felizes
E por mais louco que possa parecer não me ouça

Pois posso ser apenas mais um tijolo
Daquele muro que você quer passar
Simplesmente passar...
[Scambo - A Carne dos Deuses]

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

"Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome."

A liberdade sempre atraiu o ser humano....
Mas só alguns tiveram coragem o suficiente para conquistá-la. Esses são tachados de loucos, anormais.....
São pessoas que possuem um espírito inquieto, curioso, aventureiro.
Que não liga para a previsão do tempo, pois sabe que para ter um bom dia só depende dele.
Pessoas que não tem medo de arriscar.
De mudar e se desfazer de coisas desnecessárias.
Para os tolos, os conservadores, os limitados; a liberdade pode parecer sandice. Pode despertar insegurança...... Pode ameaçar o território do orgulho; pode ameçar seu castelo.

Mas para toda ação há uma conseqüência. O caminho para alcançar a tão desejada liberdade não é colorido com flores em volta...É árduo, difícil...mas compensador. Exige alguns sacrifícios, como qualquer outra escolha da vida. Exige coragem. Exige paciência...


Estou me arriscando....


"Jamais experimente a Liberdade se você não for capaz de suportar a Solidão." (Edson Marques)